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domingo, 2 de outubro de 2011

O Fermento no ensino da Palavra

entendido X intendido

Podemos perceber dois aspectos interessantes na comunicação humana: o entendido e o intendido.
Entendido é tudo aquilo que o ouvinte pode perceber, compreender e entender da mensagem assim que ela lhe chega ao cérebro. É tudo que o ouvinte é capaz de assimilar utilizando-se da sua capacidade de interpretação.
Intendido tem a ver com a intenção do emissor ao proferir aquela mensagem. É aquilo que o emissor pretende transmitir.
O entendido relaciona-se com o receptor e aquilo que ele capta da mensagem, e o intendido está ligado ao emissor e aquilo que ele pretende passar ao receptor.
A comunicação se dá com perfeição e sem sobressaltos se o intendido ajustar-se adequadamente ao entendido. Ou seja, o emissor deve transmitir as suas idéias de forma clara e objetiva para que o receptor consiga receber a mensagem sem interpretações adjacentes.
Muitas vezes, quando se visa intentos impróprios e escusos, os homens escondem as suas verdadeiras intenções atrás de um discurso aparentemente digno e justo.
Se ficarmos atentos a algumas mensagens, ou pregações proferidas no meio evangélico e aos diversos discursos religiosos que nos chegam aos ouvidos, conseguimos perceber que, em muitos casos, a verdadeira intenção do pregador, ou seja, o intendido, está sorrateiramente escondido nas entrelinhas do discurso. Pescando uma pista aqui e outra ali, notamos uma outra intenção, muito bem disfarçada, escondidinha no teor do sermão. Na verdade é o que se chama de “segunda intenção”. Mas que na mensagem evangélica, nada mais é que “o fermento”.
A verdadeira, única e pura intenção de uma pregação evangélica deve ser a de provocar uma aproximação do pecador ao seu Salvador. Produzir uma mudança da posição de irreverência para a de adoração, de exaltação e de glorificação ao nome de Jesus Cristo. Mas esse encontro não pode se dá pelo medo, pela ameaça, pela coação ou pela manipulação. Ele deve acontecer pela compunção do arrependimento, da gratidão e do amor revelados e inspirados pelo Espírito Santo.
Percebe-se que a pessoa que fala, ou discursa, exerce um certo fascínio sobre o ouvinte. Esse “domínio” pode ser maior, ou menor, dependendo de alguns fatores, como por exemplo, eloqüência, poder hierárquico, estilo, oratória e até o nível social ou financeiro do pregador pode influenciar quem o ouve.

“A minha palavra e a minha pregação não consistiu em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração de Espírito e de poder.”
Paulo – I Co. 2.04

“O Fermento dos Fariseus” - Ação do Fermento nos Dias Atuais - José Peres Júnior

O que não faz uso da vara odeia seu filho, mas o que o ama, desde cedo o castiga”.

Provérbios 13:24

É preciso ter um olhar atento pra encontrar o elo que liga esses três elementos. Procurei e achei no texto acima onde eles se alinham na Bíblia.

1) Primeiramente, a Ira, embora muitos possam imaginar o contrário, não é um sentimento pecaminoso em si. Devidamente dosada, pode nos estimular justamente contra as ofensas e as injúrias.

A própria Bíblia nos ensina, em Efésios 4:26: “irai-vos, mas não pequeis”, ou seja, é possível haver uma espécie de ira que não seja necessariamente obra da carne.

No texto de Provérbios diz que “o que ama, desde cedo castiga”. Pasme, mas o castigo também pode ser fruto do amor.

Embora seja classificada como obra da carne em Gálatas, a Ira pode ser circunstancialmente ministro do amor de Deus.

Muitos têm a enganosa impressão de que ira é o antônimo do amor, mas isso não é verdadeiro. O contrário do amor é o ódio e o ódio leva a indiferença, pois, “o que não faz uso da vara, odeia seu filho”.

Há tempo para se disciplinar de forma veemente, para se falar a verdade que pode doer, usar argumentos que machucam, mas que são instrumentos de cura e ensino para a vida.

2) O Amor, mesmo que tenhamos uma série de conceitos românticos sobre ele, é algo muito mais ligado à prática do que à inspiração. Sofrer, esperar, suportar, se posicionar contra a injustiça, em síntese, o amor é definido por atitudes. São as obras que ele movimenta, que demonstram nosso amor.

Muitos se ligaram a uma compreensão de que o amor se restringe ao que é educado, ao que sorri, ao gentil. Mas amor não é um mero tapa nas costas, pelo contrário, os profetas, por amor, rasgavam o verbo, dizendo: Por amor de Sião não me calarei, e por amor de Jerusalém não me aquietarei”. Jesus disse que por amor, discípulos abandonariam pais, irmãos, e outras coisas fundamentais ligadas a este mundo.

O amor é uma atitude radical que nunca prevê os próprios benefícios do que ama, pelo contrário, sofre e suporta em favor dos outros, sem esperar nada em troca.

3) Ódio é sinônimo de indiferença. Quando não fazemos o que devemos, quando prevaricamos e nos omitimos de censurar, de advertir, de dar uma bronca, de ensinar o que é necessário, demonstramos ódio.

Quem odeia é homicida! Não fazer o que deve ser feito é, além de faltar com amor, cometer assassinato. Quando um pai não exorta seu filho, é sinal de que o odeia, ou seja, se omite pela indiferença.

Quando um crente, um justo, um conhecedor da Verdade deixa de dar seu testemunho perante a injustiça e a impiedade, é assassino.

Se eu disser ao ímpio: certamente morrerás; e tu não falares, para dissuadir ao ímpio do seu caminho, morrerá esse ímpio na sua iniqüidade, porém o seu sangue eu o requererei da tua mão”. Ezequiel 33:8


“Pois recebi do Senhor o que também lhes entreguei”. I Coríntios 11:23
A carta dos Hebreus declara que o homem está destinado a morrer uma única vez e que enfrentará um juízo depois disso.
Não quero falar de julgamentos, nem de morte, mas da vida e das possibilidades que ela proporciona diante de cada ser humano bem aventurado de tê-la nas mãos.
Muitos dentre nós tem recebido a oportunidade de crescer, produzir, criar, ouvir e falar, vivendo a vida de maneira ativa.
Olhando de forma otimista, com os olhos de quem sente o vigor de um ideal fluindo de dentro de si, temos o tempo a nosso favor. Temos uma vida diante de nós e ela lega incontáveis possibilidades de realizações.
Pra quem possui um ideal, um sonho, ou a revelação de um conceito de vida, vivê-la depende somente de suas escolhas. Nada mais!
Paulo disse, no versículo acima, eu recebi e lhes entreguei. Façamos esta pergunta a nós mesmos: O que recebi de Deus?
O que você tem nas mãos, qual o seu talento, qual a sua vocação, que tipo de sonho foi inseminado dentro de seu coração?
Muitos estão abandonando seus projetos originais porque eles não pagam bem. Ora, que tipo de pessoa abandona seus sonhos para ganhar um salário melhor? Só alguém muito sem personalidade e que está invariavelmente fadado à frustração.
O que você recebeu de Deus, é isso que você deve compartilhar. Seja você mesmo, acredite no seu projeto, não se deixe convencer pelos parâmetros babilônicos que medem o sucesso e a realização de alguém, dizendo que que você tem que ganhar X, vender Y ou ter Z seguidores no Twitter para ser um sucesso.
Afinal, a você é dada uma oportunidade única de por em prática seus ideais, por isso, viva-os intensamente, confie que seus talentos, temperamento e caráter compõem seu chamado pessoal e não deixe que outros te convençam a bitolar suas particularidades, as quais, creia, recebeu de Deus.

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